domingo, 18 de março de 2012

Pós-graduanda: Silvana Silva do Nascimento Mota


Educação Infantil e Registro de Práticas




Amanda Cristina Taengo Lopes Marques é autora deste livro intitulado “Educação Infantil e Registro de Práticas”. Publicado pela Editora Cortez Editora em São Paulo, possui 199 páginas e foi publicado em 2009 e faz parte da Coleção docência em formação. Série educação infantil. A autora é doutora em Educação, mestre em Educação, graduada em Pedagogia. Esta obra está direcionada aos profissionais da educação, principalmente educadores da educação infantil, pois, traz abordagens sobre a importância do registro docente como instrumento que favoreça à reflexão sobre as práticas pedagógicas possibilitando assim, a construção de uma postura investigativa por parte do educador desta forma, contribuindo para o processo de formação.
            Na Introdução Marques trata sobre o registro, mais especificamente o registro na educação infantil que faz com que o professor reflita sobre sua ação, seja autor de sua memória profissional buscando sempre a melhoria de suas práticas pedagógicas.
            O primeiro capítulo fala sobre o registro e a visão que alguns autores como: Paulo Freire (1993), Madalena Freire (1983,1996), Miguel Ángel Zabalza (1994), tem sobre o registro, expõe também falas de professores atuantes na Educação Infantil. Todos esses falam do registro como um instrumento que possibilita ao professor reflexões a respeito de propostas e encaminhamentos que ocorrem em uma sala de educação infantil, essas reflexões contribuem significativamente para a melhoria do processo, uma vez que o professor observa a evolução da criança e assim revê suas práticas, buscando melhorias, adaptações, mudanças, ou seja, repensa sua prática pedagógica. Discorre ainda sobre a importância de o professor ser um leitor, não apenas de textos e palavra escrita, mas também que seja um leitor de mundo, que possa interpretá-lo e tirar suas próprias conclusões, que seja crítico para que assim, seja capaz de se tornar um escritor preparado para fazer seus registros de forma crítica, após realizar uma leitura do seu trabalho.
O segundo capítulo trata sobre a história da Educação no Brasil, mais especificamente em São Paulo e principalmente dos primeiros olhares voltados para a Educação Infantil. Traz informações sobre as primeiras publicações sobre a primeira infância. Fala ainda sobre a não valorização da evolução cognitiva da criança, sendo observada, por meio de registros da época, a preocupação com o assistencialismo, e que após muitos anos pôde-se perceber um real interesse em registrar a evolução do aluno.
            A terceira parte do livro discorre sobre o registro de práticas pedagógicas, produzido por professores (cadernos de registro diário, portfólios e projetos), da importância desses registros para a construção da história do profissional educador. A autora analisa registros de seus trabalhos em anos anteriores bem como as observações realizadas diariamente referindo-se ao grupo, a crianças específicas e à atividade proposta, a fim de refletir sobre seus alunos, suas características, além de suas próprias dificuldades no encaminhamento do trabalho.
O último capítulo são as considerações finais da autora. Fala do papel do professor da educação infantil que vai muito além de cuidar, ele deve educar observar a criança atentando-se às suas dificuldades, seus progressos e que essas observações devem ser registradas para acompanhamento do desenvolvimento da criança e para que ele possa então, refletir sobre sua prática e procurar formas de intervenções adequadas para que os objetivos sejam alcançados. O professor deve ser autor de seus registros refletindo e valorizando sua prática.
Ao final da leitura percebe-se a real importância do professor como observador e autor. Capaz de observar suas práticas, diagnosticar dificuldades, refletir e propor novas estratégias buscando a excelência em seu trabalho. Para que isso não se perca faz-se necessário o registro, esse registro faz parte da história, da identidade do profissional educador.
Sabemos da real dificuldade encontrada no nosso dia a dia, e principalmente nos frustramos, pois conhecemos a importância do registro diário, e que o mesmo é fundamental para acompanhamento do nosso trabalho e do desenvolvimento da criança, mas nem sempre é possível realizá-lo, pois o trabalho na educação infantil requer totalidade de atenção voltada para as crianças e que ao final de um dia de trabalho, organização do ambiente e demais situações inerentes ao trabalho com a educação infantil, o tempo acaba sendo praticamente inexistente para efetuarmos o registro. Nos dias em que é possível realizá-lo, o tempo é curto e mesmo que o façamos fora da instituição muitas informações e detalhes se perdem.

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