Educação
Infantil e Registro de Práticas
Amanda
Cristina Taengo Lopes Marques é autora deste livro intitulado “Educação
Infantil e Registro de Práticas”. Publicado pela Editora Cortez Editora em São
Paulo, possui 199 páginas e foi publicado em 2009 e faz parte da Coleção docência
em formação. Série educação infantil. A autora é doutora em Educação, mestre em
Educação, graduada em Pedagogia. Esta obra está direcionada aos profissionais
da educação, principalmente educadores da educação infantil, pois, traz
abordagens sobre a importância do registro docente como instrumento que
favoreça à reflexão sobre as práticas pedagógicas possibilitando assim, a
construção de uma postura investigativa por parte do educador desta forma,
contribuindo para o processo de formação.
Na Introdução Marques trata sobre o
registro, mais especificamente o registro na educação infantil que faz com que
o professor reflita sobre sua ação, seja autor de sua memória profissional
buscando sempre a melhoria de suas práticas pedagógicas.
O primeiro capítulo fala sobre o
registro e a visão que alguns autores como: Paulo Freire (1993), Madalena
Freire (1983,1996), Miguel Ángel Zabalza (1994), tem sobre o registro, expõe
também falas de professores atuantes na Educação Infantil. Todos esses falam do
registro como um instrumento que possibilita ao professor reflexões a respeito
de propostas e encaminhamentos que ocorrem em uma sala de educação infantil,
essas reflexões contribuem significativamente para a melhoria do processo, uma
vez que o professor observa a evolução da criança e assim revê suas práticas,
buscando melhorias, adaptações, mudanças, ou seja, repensa sua prática
pedagógica. Discorre ainda sobre a importância de o professor ser um leitor,
não apenas de textos e palavra escrita, mas também que seja um leitor de mundo,
que possa interpretá-lo e tirar suas próprias conclusões, que seja crítico para
que assim, seja capaz de se tornar um escritor preparado para fazer seus
registros de forma crítica, após realizar uma leitura do seu trabalho.
O
segundo capítulo trata sobre a história da Educação no Brasil, mais
especificamente em São Paulo e principalmente dos primeiros olhares voltados
para a Educação Infantil. Traz informações sobre as primeiras publicações sobre
a primeira infância. Fala ainda sobre a não valorização da evolução cognitiva
da criança, sendo observada, por meio de registros da época, a preocupação com
o assistencialismo, e que após muitos anos pôde-se perceber um real interesse
em registrar a evolução do aluno.
A terceira parte do livro discorre
sobre o registro de práticas pedagógicas, produzido por professores (cadernos de
registro diário, portfólios e projetos), da importância desses registros para a
construção da história do profissional educador. A autora analisa registros de
seus trabalhos em anos anteriores bem como as observações realizadas
diariamente referindo-se ao grupo, a crianças específicas e à atividade
proposta, a fim de refletir sobre seus alunos, suas características, além de
suas próprias dificuldades no encaminhamento do trabalho.
O
último capítulo são as considerações finais da autora. Fala do papel do
professor da educação infantil que vai muito além de cuidar, ele deve educar
observar a criança atentando-se às suas dificuldades, seus progressos e que
essas observações devem ser registradas para acompanhamento do desenvolvimento
da criança e para que ele possa então, refletir sobre sua prática e procurar
formas de intervenções adequadas para que os objetivos sejam alcançados. O
professor deve ser autor de seus registros refletindo e valorizando sua
prática.
Ao
final da leitura percebe-se a real importância do professor como observador e
autor. Capaz de observar suas práticas, diagnosticar dificuldades, refletir e
propor novas estratégias buscando a excelência em seu trabalho. Para que isso
não se perca faz-se necessário o registro, esse registro faz parte da história,
da identidade do profissional educador.
Sabemos
da real dificuldade encontrada no nosso dia a dia, e principalmente nos
frustramos, pois conhecemos a importância do registro diário, e que o mesmo é
fundamental para acompanhamento do nosso trabalho e do desenvolvimento da
criança, mas nem sempre é possível realizá-lo, pois o trabalho na educação
infantil requer totalidade de atenção voltada para as crianças e que ao final
de um dia de trabalho, organização do ambiente e demais situações inerentes ao
trabalho com a educação infantil, o tempo acaba sendo praticamente inexistente
para efetuarmos o registro. Nos dias em que é possível realizá-lo, o tempo é
curto e mesmo que o façamos fora da instituição muitas informações e detalhes
se perdem.
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