segunda-feira, 19 de março de 2012

Pós-graduanda: Luciana Cristina da Silveira Rodrigues


Resenha crítica do livro Educação Infantil e Registros de Práticas (Amanda Cristina Teogno Lopes – Editora Cortez).

            De acordo com o livro Educação Infantil e Registros de Práticas de autoria de Amanda Cristina Teogno Lopes, o registro de práticas é uma tentativa de mostrar à sociedade, principalmente, às políticas públicas o valor da educação, dos professores e de suas práticas. Tendo com isso a educação como espaço de transformação, de mudança, de criação, de aprendizagem, de espaço de troca de conhecimentos entre pessoas que constroem história.
Segundo a autora, é por isso que falar em registros é fazer referência ao ato de escrever sobre a prática pedagógica. Esses registros podem ser feitos de diferentes formas como: plano de ensino, semanários, diários, relatório de acompanhamento e avaliação de alunos, relatos de atividades, projetos e outros. Mas o importante é que exista o registro docente, pois constitui instrumento favorável à reflexão e a construção de uma postura investigativa por parte do professor, contribuindo assim para o processo de formação.
De acordo com Freire (1993, p. 68):
Precisamos exercitar a capacidade de observar, registrando o que observamos. Mas registrar não se esgota no puro ato de fixar com pormenores o observado tal qual para nós se deu. Significa também arriscar-nos a fazer observações críticas e avaliativas a que não devemos, contudo, emprestar ares de certeza.
            A autora ressalta, ainda, que o registro tem um valor anterior e posterior à produção, vale como processo e como produto, pois registrar é produzir memória, memória das práticas escolares, é construir história, e ser sujeito, participando ativamente da sociedade e deixando uma herança as gerações futuras, tendo com isso a intenção de produzir conhecimento útil ao coletivo.
O reconhecimento do relato como modo de construção teórica defronta-se, com mais de uma dificuldade. Para que o relato entre no campo da ciência, é importante que ele seja público e, portanto, divulgado. Serão necessários ainda muitos anos para que o contexto de aceitação e de recepção permita aos práticos que escrevem assumir seu texto sem temor de represálias.
(Cifali e Hosfstetter, 1995, apud Cifali, 2001, p. 113)
            Sendo assim, a autora julga indispensável acreditarmos que o registro de práticas constitui instrumento essencial à construção da autoria e à sistematização de saberes construído pelo educador em seu trabalho diário e que a melhoria do ensino não depende unicamente do professor, mas de ações integradas por parte do sistema, das instituições escolares e da política educacional.

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