Resenha crítica do livro Educação Infantil e
Registros de Práticas (Amanda Cristina Teogno Lopes – Editora Cortez).
De
acordo com o livro Educação Infantil e Registros de Práticas de autoria de
Amanda Cristina Teogno Lopes, o registro de práticas é uma tentativa de mostrar
à sociedade, principalmente, às políticas públicas o valor da educação, dos
professores e de suas práticas. Tendo com isso a educação como espaço de
transformação, de mudança, de criação, de aprendizagem, de espaço de troca de
conhecimentos entre pessoas que constroem história.
Segundo a autora, é por isso
que falar em registros é fazer referência ao ato de escrever sobre a prática
pedagógica. Esses registros podem ser feitos de diferentes formas como: plano
de ensino, semanários, diários, relatório de acompanhamento e avaliação de
alunos, relatos de atividades, projetos e outros. Mas o importante é que exista
o registro docente, pois constitui instrumento favorável à reflexão e a
construção de uma postura investigativa por parte do professor, contribuindo
assim para o processo de formação.
De acordo com Freire (1993,
p. 68):
Precisamos exercitar a capacidade de
observar, registrando o que observamos. Mas registrar não se esgota no puro ato
de fixar com pormenores o observado tal qual para nós se deu. Significa também
arriscar-nos a fazer observações críticas e avaliativas a que não devemos,
contudo, emprestar ares de certeza.
A
autora ressalta, ainda, que o registro tem um valor anterior e posterior à
produção, vale como processo e como produto, pois registrar é produzir memória,
memória das práticas escolares, é construir história, e ser sujeito,
participando ativamente da sociedade e deixando uma herança as gerações
futuras, tendo com isso a intenção de produzir conhecimento útil ao coletivo.
O reconhecimento do relato como modo de
construção teórica defronta-se, com mais de uma dificuldade. Para que o relato
entre no campo da ciência, é importante que ele seja público e, portanto,
divulgado. Serão necessários ainda muitos anos para que o contexto de aceitação
e de recepção permita aos práticos que escrevem assumir seu texto sem temor de represálias.
(Cifali
e Hosfstetter, 1995, apud Cifali, 2001, p. 113)
Sendo assim, a autora
julga indispensável acreditarmos que o registro de práticas constitui
instrumento essencial à construção da autoria e à sistematização de saberes
construído pelo educador em seu trabalho diário e que a melhoria do ensino não
depende unicamente do professor, mas de ações integradas por parte do sistema,
das instituições escolares e da política educacional.
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